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Crises nas equipes e como fortalecer a resiliência

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Categories: Interpessoal

Sandra Mateus – Coach, palestrante, escritora – Pensadora Asociada Colombia

Nós formamos equipes. Nós estruturamos projetos. A questão é: até que ponto nos treinamos para enfrentar as dificuldades ou crises profundas? Como estamos desenvolvendo equipamentos resilientes?

Uma crise é geralmente definida como uma situação séria e decisiva que põe em risco o desenvolvimento de uma questão ou de um processo.

Em coaching, a crise é vista como um “intervalo”, um ponto de ruptura que gera estados de espírito, pensamentos e ações, que, se não vistos como uma oportunidade de melhoria, podem levar a algo imobilizador. E a resiliência? Pois é essa capacidade que tem os membros de uma organização não apenas para enfrentar essa ruptura, mas para emergir fortalecidos a partir de;la.

Isso se aplica em todas as áreas, organizacional  (uma queda acentuada nas vendas, projetos que não avançam conforme o planejado, problemas de reputação, fusões ou processos de negócios mal gerenciados, etc.) ou pessoal (perda de emprego, uma infidelidade em um relacionamento, perda de um ser querido, etc.)

Agora, também visto do ponto de vista emocional, toda crise não só está amarrada, mas é também uma conseqüência de nossa jornada através de diferentes estágios caracterizados por emoções específicas que, se não superadas, podem nos impedir de avançar para a resolução da situação. Se familiarizar com os estágios que chegam a uma crise e que testam nossa capacidade resiliente, ajudam neste treinamento.

ESTÁGIO 1: DESCRENÇA. Eles cancelaram o projeto no que havíamos trabalhado muito. Dizemos a nós mesmos de novo e de novo: ‘Isso não pode estar acontecendo comigo. Não acredito’. Descrença, a primeira etapa, desempenha um papel importante: ela age como um amortecedor entre o impacto de saber que tem havido algum tipo de crise e o enchente de emoções poderosas que irrompirá mais tarde. Em essência, a descrença fornece uma pausa útil na medida em que nega a existência da crise. Nesse estágio, a equipe deve poder abordar conversas que não foram abordadas anteriormente. Pare, respire e escolha liberar o que não lhes permite tomar conta do que acontece.

A outra capacidade que deve ser aplicada aqui é aquela que consiste em harmonizar-se com nossos sentimentos. Incredulidade e negação são boas no começo, mas então é necessário tornar-se consciente de nossos sentimentos, a fim de aprender com eles e seguir em frente. Devido à intensidade das emoções negativas que provavelmente sentiremos durante um revés, especialmente durante os primeiros estágios, muitas vezes somos tentados a não enfrentá-las. Mas um dos princípios da inteligência emocional é que devemos estar abertos a sentimentos negativos e positivos.

ESTÁGIO 2: RAIVA. Nós começamos a enfrentar a realidade da situação, mas também estamos dizendo coisas como: “Isso é tão injusto. Nós nos esforçamos tanto e tudo estava pronto “. As equipes reclamam, não são pró-ativas, desabafam sua raiva em conversas de corredores, com sentimento de culpa. Aqui teriamos que ser treinados em gerenciamento de emoções, aceitar que há raiva, mas de outra perspectiva, o que é essa raiva que estamos dizendo? Como podemos olhar para esta situação com os olhos da possibilidade para avançar? Quando um material resiliente sofre uma pressão, ele o suporta, estica, dobra, mas não quebra. Como evitamos que essa equipe quebre seu humor?

ESTÁGIO 3: DESEJO DE VOLTAR. Não é de surpreender que, apesar da reavaliação, ainda queremos que as coisas sejam as mesmas de antes. O desejo de voltar é um pouco como o estágio de descrença, na medida em que serve como um amortecedor e nos impede de cair na situação estressante. A nostalgia ainda está presente. A maneira mais eficaz de lidar com esse estágio é reconhecer que, na verdade, gostaríamos de voltar aos velhos tempos, mas isso é impossível. E nos teriamos que perguntar: que espaços podemos construir de novo? O que é que nós não estamos deixando ir?

ESTÁGIO 4: ACEITAÇÃO. É o estagio que nos permite ver a luz no túnel. Começamos a recuperar nossa confiança porque sabemos que o pior já aconteceu. Nossa raiva e depressão foram deixadas para trás (mesmo assim, não podemos esquecer que podemos voltar aos estágios anteriores ou estagnar entre dois estágios), e a motivação começa a retornar. Aceitamos que nossa situação anterior de emprego não existe mais e que estamos diante de uma nova situação. A equipe deve treinar no projeto futuro, para usar toda a energia que recebeu naquele golpe para colocá-lo a seu favor – como um material resiliente -. Planeje uma estratégia, leve as experiências aprendidas e transforme-as em ações, em novas conversas.

ESTÁGIO 5: ESPERANÇA. Nós começamos a recuperar o otimismo. Temos um objetivo importante em mente: sabemos que passos devemos dar para chegar lá e nos sentimos razoavelmente seguros de que chegaremos. Nossa esperança nos proporciona o nível de encorajamento necessário para avançar para o próximo estágio. E nesse momento quando a equipe não só retorna a um estado de tranquilidade, mas de maior sabedoria.

Como podemos alcançar todos os itens acima? Treinamento. Dedicando tempo para fortalecer nossas equipes nas habilidades e competências que precisam para avançar: comunicação assertiva, conversas de feedback, desenho de alianças (relações), negociação, gerenciamento de emoções, tomada de decisões, entre outras.

Uma equipe resiliente diz SIM à admiração, SIM à curiosidade e SIM à aprendizagem.

Sandra é a autora do livro  Como salir de tus zonas oscuras. Conversaciones para cada una, no qual se baseia sua palestra mais recente Lições de resiliência para os tempos de hoje. Pode ser contatada diretamente através de coach@coachsandramateus.com ou através de Practical Thinking Group